sábado, 23 de julho de 2011

Carolina dá adeus a Amy

Carolina só podia pensar em uma cena que viu há alguns dias, uma mulher chorando dava a notícia a seu namorado que Kurt Cobain havia morrido. Carolina nunca pôde entender aquela cena. Como uma pessoa poderia estar chorando pela morte de um astro do rock, de alguém que ela não conhecia, de alguém muito doido que provavelmente buscou o encurtamento da própria vida. Carolina só entedeu esse sentiento 9 dias depois da morte de Amy. 9 dias em que ela passou chorando compulsivamente. Não que ela fosse uma fã de Amy, não que ela tivesse algum cd ou dvd dela que não fosse baixado da internet, não que ela tivesse alguma vez ido a algum show de Amy. Mas algo na morte de Amy chocou Carolina. Amy era a representação de algo que ela queria ser. Amy tinha sua indecifrabilidade e mais do que represemtava amy, era a representação da própria morte. Do fim inevitável.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O prazer de Renata

Renata era uma mulher que havia perdido muito tempo na vida com preocupações cotidianas: filhos, escola, trabalho, marido, problemas com a empregada. Mas aos 50 anos, com os seus dois filhos gêmeos, Renan e Renato, já na faculdade e seu marido, Reinaldo, e sua secretária Regiane, desaparecidos em algum lugar de Pernambuco, Renata resolveu desenvolver-se na

domingo, 3 de julho de 2011

As 9 vidas de Fernanda

Fernanda era 9 pessoas. Acredito que na vida somos, no mínimo, 2 pessoas. Uma que fala e outra que faz. As brigas internas dos seres humanos implicam em problemas entre essas duas naturezas. Mas Fernanda não, ela era 9 pessoas. Fernada descobriu isso durante a adolescência quando sua família percebeu que a garota tinha problemas e a mandou para terapia. Porém Fernanda nada falava ao psiquiatra, ele se esforçou muito para fazer a garota se abrir, mas de nada adiantou. Fernanda passou 3 meses latindo, 2 meses ganindo e 2 semanas peidando. O psiquiatra desisitu e os pais de Fernanda também. Curiosamente Fernanda melhorou muito seu relacionamento com as pessoas depois desses meses de terapia, pois foi justamente durante as acaloradas "conversas" com seu psiquiatra, que Fernanda descobriu sua múltipla personalidade.

Fernanda higienista dentária: essa era a Fernanda que seus pais mais se orgulhavam, pois sua família era centenária nessa profissão.

Fernanda que estudava marketing a noite: Seus pais tradicionalistas demais para profissiões ligadas a comunicação, acreditavam que esse era um caminho que infalivelmente a levaria para drogas mais pesadas, como fazer teatro ou malabares no semáforo.

Fernanda do blog: detestava sua vida e seus pensamentos e quase todos os dias acordava sobressaltada e com palpitações e desabava a escrever histórias sem-sentido em blogs nos porões dos piores submundos internéticos.

Fernanda era uma menina muito magra, seus pais ficavam muito preopcupados, mas a Fernanda que seus pais não conheciam era a Fernanda que comia 5 potes de mini bis religiosamente todo sábado.

Bom, agora que já esgotamos o universo familiar de Fernanda passemos a acurada análise sobre quem os amigos de Fernanda pensavam que ela era. Llednew, Oavlis, Oaluap, Ohnisiein, Leafar e Batman. Sim, nomes estranhos, devem estar os 3 leitores desse blog a pensar. Mas antes de proseguirmos nesse relato devo explicar a origem desses rapazes.

A história de Llednew é uma história muito confusa e intrincada, ninguém nunca conseguiu descobrir exatamente de onde ele veio pois aos 16 anos ele queimou todos os seus documentos e resolveu começar vida nova. Atribuí-se a ele a origem, devido ao seu forte sotaque e pele alva, de Galez, uma comuna francesa na região dos Médios Pireneus com 145 habitantes, segundo o recenseamento de 1999, com uma densidade de 19 hab/km². Acredita-se que seus pais eram jovens agricultores que viviam em uma comunidade de 19 habitantes em um espaço de um quilômetro quadrado que acreditava no sexo livre, e alimentação a base de luz e cochonilha. Embora alguns acreditem nessas origens há ainda registros que indicam seu nascimento em alguma região da Dinamarca e ainda existem relatos de que ele era, na verdade, brasileiro, baiano, filho de Iemanjá.

Oavlis, aos três anos foi abandonado pela mãe na Índia, onde foi adotado por um casal de americanos. Parecia crescer feliz e satisfeito, mas por dentro ele se sentia um estranho. Depois de se formar na faculdade, começou uma lucrativa carreira como ator em Hollywood, e com isso veio a vida glamurosa e os luxos. Mas uma doença neurológica rara o levou a ter pânico de cores, luz e de algumas pessoas. Por exemplo, ele entrava em pânico quando via um grupo de rapazes carregando caixas de cerveja em sua direção. Logo tratava de expulsá-los do local. Depois de uma cirurgia cerebral ele tornou-se um astro do futebol finlandês por 4 meses mas logo a imprensa marrom da Finlândia publicou fotos comprometedoras da época quando ele trabalhou em filmes pornográficos e conheceu a metanfetamina. Seu vício acabou arruinando sua carreira no esporte e no cinema.

Continua...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

O buraco de Érica

Declaro que esta história não é uma história, que nada acontecerá. Não há narrativa, o que segue é apenas um brevíssimo relato sobre uma garota chamada Érica que tinha um buraco de estimação. Desde criança Érica sabia que havia algo de estranho a respeito de si mesma. Apesar de ser uma criança muito alegre, algo de sombrio existia em sua vida sem que ela pudesse identificar. Sua ingenuidade não a deixava perceber o ardiloso buraco que seguia seus passos. Na adolescência a coisa piorou e ela passou a cair frequentemente no buraco. Desde então Érica estava sempre no buraco, qualquer passo em falso, pronto. Mas não percebia que o buraco era sempre o mesmo, então ela jurava a si mesma que prestaria mais atenção onde pisaria. Mas o buraco a enganava, passou a se camuflar, ficar longos períodos sem se manifestar, apenas crescendo, engordando a cada dia. Foi mais tarde, apenas na vida adulta que ela percebeu que o buraco era na verdade seu companheiro. Que ela o cavava, o alimentava, o fazia crescer. Não que isso representasse necessariamente uma vantagem, pois qualquer passo em falso, buraco nela. Mas o mais impressionate a respeito de Érica é que ela gostava do buraco. Ele era útil em alguns momentos, afinal existe um certo conforto em estar no buraco. Mas ela ainda vai precisar de mais um tempo para perceber isso.


Sim ainda levaria um tempo para Érica dar-se conta dos benefícios de ter um buraco caminhando ao seu lado, mas antes de seguir devemos fazer uma pausa e fazer algumas avaliações de volta ao passado da garota. Houve um tempo de Érica que ficaria marcado para sempre em sua vida. Trata-se do momento em que ela conheceu Aleínade.

No relógio da catedral batiam quatorze horas, era um escaldante começo de tarde em uma, naqueles anos, pacata cidade no interior da Nova Zelândia onde Érica fazia estágio em promoção de eventos. Como de costume Érica ia ao estágio de coletivo, mas naquele dia ela se deparou com uma garota estranha. Vale obervar que, nessa época, Érica já tinha tomado consciência da existência do seu colega buraco, que praticamente aprendeu a ignorar com fins de dormir melhor. Nesta tarde Érica conheceu a garota, era muito loira e de sobrancelhas grossas que insistentemente procurava contato através do olhar. Imediatamente notou que ela também levava consigo um buraco de estimação. Érica propositadamente sentou-se ao lado dessa garota estranha no intuito de trocar experiências sobre como lidar com um buraco perseguidor, mas antes que ela pudesse respirar, o buraco de Aleínade puxou papo com o buraco de Érica e assim travaram conhecimento iniciando ali uma identificação mútua. Os dois buracos tornaram-se muito íntimos. Por consequência, Érica e Aleínade tornaram-se amigas. Enfim, para ser bem dura neste momento e simplificar a história, pois provavelmente há crianças lendo este blog, foi praticamente por causa dos buracos de ambas, especialmente em razão do buraco mais extrovertido, dominador, alourado e falante de Aleínade e do instantâneo reconhecimento entre o buracos que a amizade entre as duas floreceu.

Neste momento urge a necessidade de um adendo a essa narrativa, mas antes gostaria de fazer uma observação ainda mais importante do que o adendo; esta breve descrição de fatos não pretendia ser uma narrativa, mas as narrativas são o pior tipo de buraco no qual um narrador pode cair, são muitas vezes buracos negros poltergaistianos muito precipitados que sugam histórias ingênuas e de voz infantil para dentro de suas telas opacas; que não havia nenhum tipo de relação entre as garotas e seus respectivos buracos que quebrassem sequer alguma lei bíblica, apesar dessa visão de tal paraíso ser muito frequente nos sonhos mais molhados de seus coleguinhas de estágio em eventos corporativos, Wendell, Batman, Rafael, Paulão, Silvão e Neisinho.

Voltando para a não-história de Érica e Aleínade e seus resptivos buracos, os quatro travaram uma forte amizade nos loucos anos 90. Falando em loucos devemos comentar rapidamente, para fins didáticos, quais rumos os personagens retratados aqui, mesmo que inicialmente, seguiriam além-mar. Érica resolveu se entregar de vez aos cultos dionisíacos e ingressou em uma trupe de teatro que tinha costume de apresentar-se, pelo módico valor de ingresso antecipado de 150 reais, chapados de ácido e frequentemente pelados. Aleníade, diferentemente, e avessa a tais liberdades artísticas, transformou-se em uma respeitada cientista no setor de produtos químicos para limpeza de áreas atingidas pelo ebola, Wendell tornou-se ginecologista em uma cidadesinha nos confins do Maranhão (embora Bataman frequentemente insistia em dizer que ele encontrava-se escondido em Moema fugido de uma acusação de estupro consentido), Batman resolveu embrenhar-se pelos vastos e contraditórios terrritórios do materialismo histórico e passou a ensinar história mundial para crianças da 9ª série. Rafael foi visto a última vez há 2 anos, em um retrato falado em um tablóide dinamarquês no qual eram atribuídas a ele acusões de embriagar e narcotizar 4 travestis que o importunaram em uma boate em localidade suspeita. Paulão e Silvão continuaram no ramo empresarial e de eventos fazendo consultoria para empresas respeitadas como a do Roberto Justus. Ah Neisinho... nunca mais soubemos de Neisinho, alguns dizem que ele continuou no estágio por mais douze anos, outros disseram que ele faleceu de tristeza poucos anos depois que seus colegas Silvão e Paulão deixaram a Nova Zelândia.

Mas voltando às histórias das únicas personagens realmente interessantes aqui, e durante cerca de 20 anos (e é neste ponto que voltamos ao final do começo das suas não-histórias) por mais incrível que isso possa parecer, as duas garotas nunca falaram abertamente sobre seus buracos. Mas neste ponto onde estava Érica, de percepção total a repeito da existência do seu buraco de estimação, ela precisava se abrir com uma amiga. Aleínade ouviu atentamente a ideia de Érica mas não a compreendeu por completo, ela não sabia que ela mesma carregava um buraco ao seu lado, embora ela estivesse repetidamente dentro dele. Érica não compreendeu como a amiga de tão loga data poderia achar que sua história e seu buraco fossem resultado de uma percepção pessimista da vida, Érica ficou chocada com a visão curta da amiga, arguumentando que Érica estava usando palavras sofisticadas demais para ela, mas ela apenas não podia se lembrar que de um buraco havia nascido e que para um buraco voltaria.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Eu não gosto de me explicar mas vamos lá.

Primeiro: Tudo aqui é imaginário. Por favor não vistam a carapuça.
Segundo: Estou construindo personagens. Alguns aparecerão mais, outros menos. Alguns estarão na mesma história, outros fogem e brigam comigo. Mas o processo é completamente aleatório. Então queridos amiguinhos não briguem.
Terceiro: Sim, eu sou vegetariana.

Quem mora lá? III

Carolina estava em sua casa vendo Jornal Nacional que noticiava o descarte de centenas de toneladas de carne estragada. Ela via a imagem de alguns estudantes de medicina, todos de jaleco, estetocópio pendurado no pescoço, segurando pás que recolhiam as carnes e as atiravam na caçamba de um caminhão. Porém a denúncia era de que essas carnes ao invés de estarem sendo descartadas em um local apropriado era despejadas nas ruas enquanto um rolo compressor gigantesco passava por cima como se elas fossem massa de asfalto. Mas ficou pior, Camila foi teletransportada para a cena do crime (sim, acredite, ela entrou no espaço sideral-televisivo e caiu no bolsão-realidade que estava sendo teletransmitido) e ao chegar perto dos estudantes que pegavam as pobres carnes para serem atiradas nas ruas como se fossem rebocos de asfalto ela viu uma realidade mais dura. Na verdade não era carnes estragadas. Eram animais doentes. Claro que um animal doente é, em alguma instância futura, uma carne estragada. Eram animais quase mortos, e por isso não reagiam e se deixavam atirar e se rolo-compressar para servir de asfalto. Camila começou a gritar, eram porquinhos, olhava nos olhos quase sem vida dos pobres animais. Pensava que. Acordou.

terça-feira, 14 de junho de 2011

"Na Internet todo mundo é diferente e está a procura de alguém especial e esse alguém sempre pode ser você."
Adriana tinha acabado de se inscrever em um site de encontros quando leu essa frase em algum blog idiota. Frase desmotivadora essa, pensou Adriana. Ela sempre teve dificuldades em se relacionar. Com homens e mulheres. Certa vez Adriana resolveu experimentar uma mulher. Ela estava em uma boate gay,pois na época todos seus amigos eram completamente gays. E foi nesse lugar que ocorreu o seu primeiro beijo lésbico. A primeira impressão foi boa, boca macia, cabelos longos para acariciar, corpo pequeno para abraçar. Adriana gostou e ficou pensativa nos dias seguintes. Mas não, Adriana não era lésbica, e ela percebeu isso quando se encontrou a moça acidentalmente no shopping, pois imediatamente ela ficou roxa e só queria cavar um buraco para enfiar a cabeça. Imatura essa garota, disse a lésbica-mor. Depois disso nunca mais, ela prefere os sites de relacionamento.
Mas o fato que está por trás dessa história é que Adriana tinha o compulsivo constume de se enganar. Ela sempre mentia para si mesma no intuito de se sentir melhor. Claro que todos nós fazemos isso em algum nível pois a mentira a si mesmo ajuda a manter a vida mais ou menos equilibrada.
- Lavei toda a louça. Pronto, posso ir no cabeleireiro.
Mas ela sabe que tem uma panela com óleo dentro do forno há algumas semanas.
- Só vou comer dois - diz ela antes de comprar a caixa de Bis, mas ela sabe que vai comer a caixa inteira.
"Espero que o sucesso não me suba à cabeça por que, aparentemente, já tem 11 pessoas lendo meu blog"
"Nem sei bem a quem dirijo estas palavras, se aos homens e mulheres do tempo de agora, ou as minhas próprias alteridades, vagamente imprecisas. Talvez escreva aos pedaços de mim que coabitam sob o tédio de uma existência que aos poucos a máquina do mundo corrompe. Antes que o tempo destrua a tensão em benefício da homogeneidade, esboço um fragmento de palavras que nos interligue numa comunicação difícil.
Escrevo para exorcizar os demônios que habitam em mim, apaziguá-los... É a debilidade em viver que me leva à palavra. Imagino-me redimido no texto, que é parte constitutiva do mundo. Aliás, o mundo exibe dois lados: um é textual, ficcional e imagético; o outro é contextual, relacional e experimentado. Ambos são vividos, mas num se vive e noutro se morre. Jamais entendi a utilidade da literatura, da história e das artes. A despeito da colossal inutilidade da palavra no mundo das coisas, é nela que dou forma a minha desorientação, ajusto meu desajuste, e sou capaz de confessar. Sim, nós ocidentais temos de nos confessar, ao padre, ao psicanalista, aos bêbados...
No Meu lado de fora sou miserável, mas brilho de vez em quando, a maior parte do tempo não. No lado de dentro sou um turbilhão de coisas imateriais, etéreas, oníricas... No lado de dentro sou criança, e adulto no lado de fora. No lado de fora, sou crítico e acadêmico, e vejo o meu país como um horror pleno de miséria e iniqüidade. No meu lado de fora sou de meu tempo, me ajusto ao tempo, me abate o tempo. No meu lado de dentro vivo uma solidão povoada, não necessariamente de pessoas, mas de personagens. Me pergunto onde sou mais verdadeiro, se no lado de dentro, onde vibro, ou no lado de fora, onde vivo.
Na galeria de meus amores, Miguel de Cervantes. Meu lado de dentro ama o Dom Quixote louco, atemporal e virtuoso. Já meu lado de fora vive como Sancho Pança, velhaco, pequenino e vulgar. Todo moderno é um pouco Sancho, pragmático, mais interessado em amealhar coisas, que granjear dignidade, e dotado de enorme faro de oportunidade, e ínfimo senso de eternidade.
Por ser conservador gosto das páginas imortais do Cavaleiro, lá estão todas as misérias e virtudes humanas, a beleza da loucura, uma insana beleza universal e antiga, há em nosso tempo modernas maneiras de viver e enlouquecer. Deve haver beleza em ser modernamente louco.
Ah, como eu queria ter talento, força e coragem para escrever contra o meu tempo e a favor do meu lado de dentro. Se Deus, Júpiter ou Mefisto alimentassem o meu espírito, me curassem da “debilidade em viver”, se pelo menos pudesse acreditar que o tempo conspira a meu favor... O tempo, esse senhor implacável nada fará por mim, ao contrário, condenará o meu lado dentro cada vez mais para dentro, restando-me o outro lado."
Alberto
O mal de não exorcizar os demônios é ter que conviver com os fantasmas.
Minhas desculpas aos leitores que esperavam a cantilena World Peace, mas não acho que precisamos de endorfina alguma.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Mais um ano novo em junho

Como reescrever sua história? Era nisso que pensava Juliana no carnaval de 2010. Chegou a conclusão que não dá pra reescrever, dá pra mudar o rumo. Mas como mudar o rumo se é tão difícil mudar? Será que não estamos sempre tentando mudar o rumo e acabamos voltando pra mesma estrada de antes pois só aprendemos a caminhar nessa? O que de fato Juliana precisa fazer para reaprender a caminhar, ou conhecer outras estradas?
Foi quando ocorreu a ela uma coisa legal: tentar investir mais no relaciomento com as pessoas. Soou bem. Essa poderia ser uma de suas metas. Oportuno momento o carnaval. Ela iria se mudar de cidade em breve, então teria que mudar. Pra começar não iria ficar mais tão trancada em casa. Sairia mais ver gente na rua, nem que fosse só dar uma volta na quadra. Passear. Quanto tempo fazia que ela nao passeava sem o objetivo de ir em algum lugar, apenas passear, dar uma volta descompromissada.

Reinventar a si mesma. Na verdade era isso que ela buscava, mesmo sendo cafona. Ela queria uma nova Juliana. Putz isso ia dar um trabalhão!!! Mas soou bem, ela seria seu trabalho no próximo ano. Conveniente. Seu aniversário chegando. Seria um marco. O ano que Juliana resolveu trabalhar em em para si mesma, reinventar a sua história, mudar o rumo, reescrever, reinventar, seja lá o que seja.

Juliana passou a analisar os números. Ela era muito analítica nessa ciência:
- Somando o aniversário desse ano dá 5, que, pelo que sei, é um número de recomeço. Puxa que coincidência, a soma do número do apto onde vou morar também é 5. Genial! Legal, depois vou ver o que quer dizer o 5.

Outra decisão de Juliana foi parar de pensar tanto nos outros. Principalmente parar de se desenvolver na arte de de falar tanto com pessoas que não estão no ambiente. Foda-se o mundo! Mas lembrava das palavras de seu pai. "Tem que tomar cuidado, pq o desmoronamento é sutil, ninguém tá nem aí"

Outra meta:
- Chega de laticíneos! Quero fazer isso. Faz tempo. Então chega de pizza! Não vai ser tão difícil... Então isso é praticamente uma promessa de ano novo.

A conclusão de Rafaela

Rafaela descobriu que não era ninguém na vida, que fez pouco ou muito; as vezes muito, outras vezes nada; sempre oscilando entre a loucura da vida, buscando mil coisas inclusive a perfeição, o desafio, o mais difícil.
Ela definitivamente se esforçava para ser derrotada pela própria auto-exigência, metas muito altas. Puxa, poderia ela ser mais neurótica?
- Como eu tenho preguiça! Queria estar escrevendo algo digno de ser lido.

- Tá vendo, Rafaela? A mesma vozinha desmotivadora. Calma, tem tanta porcaria, hoje em dia, que é publicada!

- Queria fazer algo que eu realmente pudesse me orgulhar. Já fiz coisas que eu me orgulhei. Me orgulhei de um desenho de uma casa que fiz quando tinha uns 10 anos, foi a casa mais bonita que eu desenhei na minha vida. Naquele dia eu achei que seria arquiteta.

Quando Rafaela era adolescente, mal podia esperar pra sua vida começar, para que ela pudesse ser independente, começar fazer o que ela quisesse sem precisar de permissão ou aprovação. E aqui estou ela, tsc, ou melhor aqui esta a humanidade, sempre esperando por aprovação. Mas enfim, ela tinha uma ansiedade por ser independente, jurava que seria incrível, brilhante. Especialmente quando começou no grupinho de teatro. Aquilo a encheu de orgulho, e por algum motivo de desapontamento por parte de sua mãe. Bom, mas mais importante é que ela podia subir no palco e representar um personagem, as pessoas gostavam de vê-la em cena, todos a achavam uma boa atriz, até chegou a ser indicada para um premiozinho regional.
Tudo isso fazia Rafaela jurar que chegaria ao Oscar. Aliás ela pensou isso até os 40 anos quando percebeu que as coisas não eram bem assim.
Mas Rafaela perdeu auto-confiança, já não se achava capaz, tudo era um desafio muito difícil. Ser atriz virou um pesadelo, ser julgada, estar no palco, ter que representar, ser aquela que tinha sido aos 15 anos, aos 20 era impossível.
Mudou de profissão. Decidiu que trabalhar atrás do palco era um caminho mais fácil. Ledo engano. O peso de estar atrás responsável por quem estava na frente era bem maior. Ainda bem que não fui a única que não seguiu a carreira.
Mas ela seguiu em frente, mudou de profissão, só que claro que tinha que escolher algo mais difícil. Resolveu fazer cinema. Algumas pessoas de fato a admiram, mas ela tem mais medo do que ela pensa sobre si mesma. Não tem pensado coisas muitas boas. Isso tem que mudar. Rápido, Rafaela!

O herói

Comida japonesa. Fernanda não resistiu ao rolinho primavera de queijo, e tinha pedacinhos de carne também.
Ô meu deus me ajude!
No mais foram uns sushis de tomate seco muito bons, pepino, um de banana e um de chocolate. Ainda bem que pelo menos resistiu ao cigarrinho que ficou com vontade de fumar. Depois resisitu ao sorvete que ficou com vontade de chupar.
- Ô meu deus! Por que o mundo é tão cheio de tentações? Como é difícil e chato viver tendo que resistir, tendo que ser praticamente um herói a cada esquina.
Mais uma casa de bolos e tortas no caminho, pior que pedra. Cada freezer da kibon, a cada casa de salgadinhos, padaria... Ela não precisa resistir ao exercício no Passeio Público. Ela estava entediada. Que vida mais chata é não poder fazer as coisas que se quer, mas importante: sem limites. Que vida é essa, ora bolas?!

Fulana com Cicrana

Acho que com o tempo fica mais fácil. Me lembro de um dia ter falado isso para uma garota mais nova com quem estava num bar. Disse a ela com a sabedorida inerente ao auge dos 32 anos.

- Fulana, com o tempo fica mais fácil entender e lidar com certas coisas.
- Eu sei disso, Cicrana.

Ou seja, ela não entendeu nada. De fato eu pensava isso. Com a idade fica mais fácil lidar com algumas inseguranças que aos 25 nos aterrorizam.

- Espero que fique mais fácil com o tempo, pois hoje está sendo particularmente difícil - disse Cicrana.
- É, eu também - disse Fulana não entendendo.

Estava pensando que nos últimos meses tem sido particularmente difícil, terminei um namoro, parei de fumar e estou de mudanca de cidade. Enfim coisas estão acontecendo. Ao mesmo tempo fico dizendo pra mim que isso é uma frescura. Desculpinha esfarrapada pra quem gosta de se empanturrar de chocolate, cerveja e cigarro. Tudo é desculpa.
Parei de fumar, parei de trepar, só não parei de comer e de dormir. Muito conveniente.

Quem mora lá? II

Carolina quando criança era uma menina má. Muito má. Gostava de judiar dos animais.
- Menina, solta o gato!
- Carolina, de novo?
- O filho da empregada, Carolina?
Carolina não se contentava com as maldades, apesar do sofrimento da mãe com todos os vestígios criminosos da filha. Quanto mais maldades fazia, mais vontade de fazer maldades ela tinha.
Mas um dia, seu avó ficou doente. Carolina então foi visitá-lo no hospital
- Se você continuar a ser malvada vai ficar assim, como eu!
- (Carolina grita)
Carolina acorda assustada. Vai até o quarto dos seus avós para se certificar que seu avô ainda está lá. Entra no quarto, olha com cuidado e receio, remexe nas gavetas, vê fotos.
- Carolina, vem almoçar.
Carolina almoça pensativa. Vai até o quarto e arruma mochila com um extremo cuidado e vai pra escola.
- Gustavo, se você continuar a ser malvado, você vai ficar assim como ele. (mostra uma foto de seu avô).

Quem mora lá?

16/01/09, sexta a noite. Carolina não sabe como chegou lá. Estava de carro, tinha um caminhão e um casal de chineses, a mulher era estranha. Viu por uma porta na lateral do caminhão que havia uma criança enroladinha numa cesta. Ficou sabendo, pelo seu amigo imaginário Danilo, que a criança dormia no caminhão, perguntou ao chinês porque a criança dormia no caminhão. Ele disse que era coisa da mulher dele, falou pra mulher que isso era errado. Lembrou da mãe, juíza, e falou: a justiça não vai gostar disso.
A mulher recolheu a criança e logo ela estava na cama com o marido dela, ela estava dormindo embaixo das cobertas, na altura das pernas do chinês. Levantou a coberta e viu todo o desgosto do mundo, praticamente uma caixa de pandora. Era hora de ir embora. A chinesa estava puta da cara e Danilo avisou que a chinesa era macumbeira, ou algo do gênero. Ficou com medo do olhar da chinesa e correu desesperadamente, algumas pessoas a protegeram para que a china não pudesse alcançá-la.
Correu para o carro, a porta estava estreita pois tinha alguém estacionado do lado do motorista, não conseguia entrar no carro. Danilo apareceu e entregou um papel, que ela não sabe extamente o que era, e ela estava lutando para entrar no carro. A chinesa apareceu do nada, como na série Heroes. Acordou

ProblEMas de fAmílIa NãO sE ReSolvem COm proZAc.

Aonde eu estive esse tempo todo? 31 anos de vida. Aonde eu estive?
Esses eram os pensamentos de Isabela no dia de Ano Novo, dia 1 de janeiro de 2009. Isabela estava sozinha em casa, tinha escolhido ficar sozinha no Natal e Ano Novo, contrariando toda a tradição de família em passar juntos. Juntos em termos, pois os pais de Isabela nem se falavam. Isabela estava pensando: por que eu nunca fui feliz em natal nem Ano Novo? Certamente, um dos motivos devia ser por que ela sempre se sentiu falsa nesses tipos de comemorações.
Esse ano particularmente, Isabela, ficou feliz em não ter que ir para a casa de seus pais. Motivos pessoais. Isabela não queria compartilhar ela mesma com os demais. Não queria ouvir críticas, não queria dar beijinhos. E também Isabela não pôde, porque se não fosse isso, certamente ela não teria força para dizer: não vou porque não quero.
Certo é que se ela estivesse bem consigo que ela teria o maior prazer em estar com os demais e esfregar na cara deles seu sucesso. Mas seu sucesso naquele final de ano era outro, era tentar passar essa terrível data sozinha.
Isabela saiu para caminhar depois dos fogos de artifício meianoitinos curitibanos. Estava deserta a rua, exceto por alguns gatos pingados.
Os sons das janelas das casas denunciavam o canal de televisão que estavam sintonizados todos os moradores.
Isabela andou bastante, sem rumo, apenas caminhando. Suas chaves tinham ficado na portaria do prédio caso alguem tentasse assalta-la não teriam nada o que levar. Nem sua virgindade.
Isabela começou a se lembrar de um tempo quando andou or ruas parecidas com aquelas. Assaltando carros, furtando toca-fitas, usando drogas pesadas, sendo amiga de traficantes e bandidos. Bons tempos aqueles, quando a verdadeira emoção acontecia.
Agora era só a miséria junto com as tvs sintonizadas na Globo e tocando uma música do Cazuza.
Ela se lembrou que todo dia quando volta pra casa passa em frente a uma cartomante. Bem que ela poderia achar uma cartomante hoje. Ano novo. Vida nova. Uma cartomante seria genial.
Isabela continua caminhando, entra em becos com pessoas mal encaradas.
- Oi fofinha…
- Lálaia
- Ih ela tá doida de pedra
- Eu não falei? Para de me encafifar, era uma música do Cazuza.
- Ihh mermão.. a fofinha tá locona.

Passou pelo beco. Até ficou com vontade de perguntar sobre o movimento mas não tinha levado dinheiro com medo de ser roubada. Ironia.
Cartomante
- Feliz ano novo!
- Olá, pra você também. Entre minha filha.
- Quero me consultar.
- Eu sabia que você vinha.
- Ah é?
- Sim, você veio de longe, não?
- Caminhei um pouco.
- Então minha filha, me diz uma coisa, você tem um homem né, que esta judiando de você.
- Não. Mas já tive.
- Ah. Você está com a aura um pouco confusa minha filha. Não estou conseguindo ver você nitidamente.
Faz uns gestos de purificação.
- E agora?
- Bem, vai aparecer um homem na sua vida. E você vai ter um problema com um outro homem. Ele é careca. E vai te atrapalhar.
- Ah já sei quem é.
- Ele conhece gente perigosa
- Sim, ele é político.
- Tome muito cuidado com ele.
- Mas o que vai acontecer
- Você tem dinheiro, minha filha?
- Não, deixei em casa pois sai a pé…
- Bem não posso te ajudar se você não me ajudar.
- Quando que a senhora quer pela consulta?
- 50 reais apenas.
- Então eu vou buscar e volto amanhã.

Isabela saiu da casa da cartomante encucada, como ela podia ter dito aquelas coisas? Cartomantes sempre jogam a carta (evidentemente) do “homem na sua vida”, mas careca? E que conhece gente perigosa? Só podia o seu colega vereador. Ela estava certa. Finalmente Isabela viu que estava em algum lugar.
Caminhando Isabela ia tentando fazer as conecções para tentar entender o que a cartomante queria dizer com tudo aquilo. Ela tinha conversado com o tal cara naquele dia no msn, mas o cara não parecia mais na dela.
Isabela entrou no mesmo beco da vez que estava indo e os mesmos malacos estavam la.
- Ih fulano, olha a doida ai.
Isabela ignorou.
- É cicrano, a fofinha.
De repente por algum motivo Isabela caiu em si, viu que estava em perigo quando os caras a cercarm.
- O que voces querem moços?
- Onde voce pensa que vai fofura?
- Estou indo pra casa, e ja volto, dona Marlene está me esperando.
- Ei dona Marlene, truta. Deixa ela ir.
- Porque? Vocês conhecem?
- Com a dona Marlene ninguém tira uma não.
- Ela disse que meu irmão ia morrer e morreu no mesmo dia.
- Morreu do que?
- Levou uns pipoco.
- Bom, aqui isso não é tão difícil de acontecer.
Isabela correu o mais que pôde, como estava fora de forma e tinha asma e fumava um maço de Carlton por dia não aguentou muito.
- Ei fofa, vamos lá que a gente te dá uma carona.
Isabela entrou no carro, meio a contragosto, constrangida pela arma que estava apontada pra ela. O carro voou. Passando todos os sinais. O motorista tirou um bagulho do bolso e pediu pro outro pôr pra ele. O carro acertou um poste. Isabela saiu do carro pela janela, rastejando. Estavam em uma calçada em frente a uma casa. Alguns rojões de ano novo ainda estouravam. Os donos da casa saíram pra ver o que tinha acontecido. Isabela morreu embaixo da janela da casa, ouvindo uma música do Kalipso no Show da Virada.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Final de ano em junho

Passagem de ano. Pela primeira vez, foi como se nada estivesse acontecendo. De alguma forma havia algo solene, agora nada, não sinto absolutamente nada. Sim um ano melhor, saúde pra dar e vender, blá-blá-blá, ok! Mas nada… nem de solene, nem de especial, nada, nada, nada, além da enorme vontade que tudo acabasse bem rápido, que os cães parassem de latir, que os gatos parassem de fugir dernorteados com o barulho dos fogos. Só vontade que esse 2010 fosse logo de vez, sem mais cultos de despedidas e nem festas de chegadas. Aliás, o que é uma festa de final de ano? Ou será festa de ano novo? Celebramos o final do ano pois enfim se foi e esperamos que o próximo nos dê o que pensamos merecer ou será que celebramos o inesperado, ou será que não celebramos nada a não ser a mania?
Sempre penso nos porteiros, nos seguranças, nos garçons, nos motoristas, nos que trabalham. Será suas famílias tem suas respectivas “pequenas crises de final de ano”? Lá por outubro começa a pressão: o que faremos no natal, quem ficará com fulano, quem ficará com cicrano. Ano novo, vôce nao ficará conosco? Vai dar uma banana pra todo mundo e ficar com seus amigos? Ora!
No fim que paga o pato, o peru, o porco, o tender.. (aliás, sempre quis saber, tender é um bicho? Ou será só o nome da parte do bicho?). Foi obrigado a nos dar a vida dele para que a gente possa pensar que celebramos algo, sim é alimento.
Enfim venha impiedoso e implacável 2011, sem mais delongas, para nós e para os que dividem esse mundo conosco e que insistimos em só olhar na hora da mesa. Que venha o tempo, o tic-tac continue pra que a gente volte rápido ao normal, à monotonia cotidiana que espera ansiosamente por uma exceção.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

The Curitibas

Al: Você quer alguma coisa? Uma bebida? Vou chamar a garçonete.
Mark: Não! Nem tente. Eu não sei o que está acontecendo hoje, Al. Todo mundo enlouqueceu.
Al: Como assim?
Mark: Desde a hora que eu me levantei.
Al: Explique melhor isso aí.
Mark: Por exemplo, essa manhã eu parei numa farmácia pra comprar uma Aspirina, em uma grande farmácia, certo?
Al: Sim...
Mark: Fui até o balcão e o cara perguntou o que ele poderia fazer pra me ajudar, eu disse, eu gostaria de uma Aspirina e ele disse, ah...isso nós não temos, senhor, e eu disse, não tem Aspirina em uma farmácia como essa?
Al: Eles tinham Buferin?
Mark: Sim!
Al: Advil?
Mark: Sim!
Al: Tilenol Extra Forte?
Mark: Sim!
Al: Mas não tinham Aspirina...
Mark: Não!
Al: Uau!
Mark: Esse tipo de coisa vem acontecendo durante o dia todo. Por exemplo, fui até a banca comprar o jornal e o cara nunca tinha ouvido falar nisso.
Al: Pode ter havido um mal entendido...
Mark: Não, eu perguntei em todos os lugares...ninguém sabe o que é um jornal! Depois eu fui comprar um sanduíche na padaria e o cara me disse que não tinha presunto! Como numa padaria pode não ter presunto?
Al: Eles não eram vegetarianos?
Mark: Ele disse, não vendemos isso, senhor, não prefere um sanduíche de língua de boi?
Al: Humm...
Mark: Depois eu entrei num táxi e o cara disse que não vem até o centro.
Al: Ahã.
Mark: Olhando pra mim como se eu fosse um extra-terrestre ou um louco.
Al: Mark, fique calmo.
Mark: Nós não vamos até lá, senhor.
Al: Calma, respire fundo...
Mark: Você sabe o que pode ser isso?
Al: Claro.
Mark: O que é? O que está acontecendo comigo?
Al: Sem desespero. Você está em uma curitiba.
Mark: Em uma o que?
Al: Você está em uma curitiba. Só isso.
Mark: Mas eu estou...
Al: Sim, fisicamente você está aqui, mas metafisicamente você está em uma curitiba.
Mark: Meu deus, eu nunca ouvi falar disso.
Al: Veja bem, dentro dessas coisas que nós chamamos de realidade existem esses bolsões, esses buracos negros chamados de curitibas. Se você cai dentro de um deles acontece exatamente o tipo de merda que está acontecendo com você o dia todo.
Mark: Por que?
Al: Porque em uma curitiba não importa o que você queira, você não consegue. Se você pede alguma coisa, eles não terão, se quer fazer algo, não será possível, se quer ir para algum lugar, você não consegue chegar lá.
Mark: Meu deus...isso é muito sério.
Al: Bom, lembre-se que esse problema tem o nome de um lugar onde servem vinas. Ninguém em seu estado mental normal poderia pedir uma coisa dessa.
Mark: E eu pensei que estava apenas tendo um péssimo dia.
Al: Claro. Milhões de pessoas passarão suas vidas inteiras dentro de uma curitiba e nunca saberão disso! Olhe para própria cidade de Curitiba, aprisionada pra sempre dentro de uma curitiba! E eles sabem disso?
Mark: E o que eu posso fazer? Me matar?
Al: Se você tentar se matar em uma curitiba o máximo que pode acontecer é se machucar, babe.
Mark: E então eu faço o que?
Al: A melhor coisa a fazer é esperar. Algum dia o grande trem cósmico vai carregar você para um lugar mais feliz.
Mark: Você está absurdamente meloso hoje.
Al: É...todo mundo tem que estar em algum lugar...